sábado, 4 de maio de 2013

Tudo o que você gosta de escutar


Te quero deitada, o regaço exposto, a xota esplêndida, viciante, entreaberta. A sua pele preta, seus lábios infinitos e aquietados e sua mão numa carícia quase inocente, feito a brisa. Te quero abrir os olhos com a língua, algum dente, esses mesmos dedos que conspiram no teclado. Te quero aos poucos, um lábio, depois o outro, e quem sabe o queixo, e duma orelha o lóbulo, e do pescoço um cheiro. Te quero então olhar, olhar a respiração em teu ventre, olhar a cor de cada mamilo, olhar teu sexo se mostrando pra mim. Quero olhar bem a carne antes de buscar o sumo, teus suspiros, tua voz.  Então mergulhar outra vez, língua, lábios, dentes, fome e sede, e descobrir o tato, o choque e o gosto ao buscar o fundo de teu umbigo, a ponta de um seio, a linha da cintura, a umidade da buceta diante de mim, ao alcance das mãos, ao exercício de um beijo, adoçando a língua com o grelo e os lábios. Quero descobrir sem pressa o teu gozo, olhar de perto a tua xota, reparar os detalhes, respirar o sabor. Vou falar tudo o que você gosta de escutar, falar mansamente e me demorar em cada sílaba pra você pedir mais, pra você sorrir e me olhar de novo, pra você me pedir a peia, pedir ela dentro de você, dentro de sua boca, ao toque de sua língua e diante de seu rosto, a peia furiosa e tensa e revolvida em ansiedade, toda aquela porra represada porque você ainda não quer, você precisa que demore mais um pouco e você se coloca diante dela feito um banquete pra ela se servir. Quero você faminta, sedenta, puta.

Quero você.

Um comentário:

Fabíola disse...

Morro de inveja sabia? Gostaria de saber organizar os pensamentos assim...
ADORO seus textos!